domingo, 4 de setembro de 2016

Portagens I

Quando eu estava a estudar em Oklahoma, a maneira mais fácil para chegar a Tulsa era através do Cimarron Turnpike. Custava $1,25 de ida ou volta, se a memória não me falha. Não era muito caro, mesmo para um estudante e a viagem era de cerca de um pouco mais de uma hora. Por conveniência eu tinha o Pikepass, que permitia usar os pórticos em vez de parar e deixar as moedas. O Pikepass também dava acesso a vias rápidas com portagens dentro das grandes cidades como Oklahoma City ou Tulsa.

No Texas, há o EZ Tag, mas eu ainda não me inscrevi nem sei se me irei inscrever. Detesto usar as portagens neste estado, tudo porque uma vez fui ao aeroporto Bush International e o GPS do meu telefone deu-me uma rota muito estranha: entrei numa estrada com portagem, saí na saída a seguir, paguei mais de $2 e não adiantei vida. Nesse dia, decidi que não ia pagar mais portagens nesta terra parva.

Na próxima terça-feira vai haver uma reunião acerca das estradas com portagens no Texas. O Texas Department of Transportation quer que se aprove $38 mil milhões para a construção e manutenção de estradas nos próximos 10 anos; mas, antes disso, um comité de legisladores quer examinar exactamente o que se iria "comprar" com esse dinheiro. Há legisladores que acham que o Texas depende demasiado de portagens para aliviar a congestão das estradas e há situações em que se suspeita que as próprias portagens contribuem para a congestão de outras vias. Por exemplo, em Março decidiu-se reduzir as portagens para os camiões em estradas estaduais, como forma de se aliviar a congestão da I-35, que é uma auto-estrada federal.

Também em Março se discutiu a questão das portagens, pois o consenso actual é que durante os últimos 10 anos o estado acumulou uma dívida de $38 mil milhões para construir estradas com portagens e não investiu o suficiente em auto-estradas. Agora acha-se que há portagens a mais e auto-estradas a menos. Custaria mais ou menos $30 mil milhões para acabar com as portagens públicas no estado; mas os custos seriam $10 mil milhões mais altos se envolvessem as portagens que estão sob a alçada de parcerias público-privadas. Todos concordam que algumas portagens sobreviverão.

10 comentários:

  1. "Terra parva"? Por amor de Deus, minha senhora. Houston é a cidade mais "exciting" dos US, depois de NY. Por favor arrange lá um GPS em condições e vai ver como gosta... E já agora, há entrada das auto estradas com portage há sinais... Deixe de olhar para o telemóvel e olhe para a frente.
    AJC
    Houston

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    1. Ter coisas parvas não impede que seja um sítio excitante: não são características disjuntas. Todos os sítios têm coisas parvas e coisas excitantes, até porque a impressão que temos dos sítios é uma coisa pessoal que reflecte a nossa personalidade, mais do que o próprio sítio. Só quem não tem um espírito crítico é que não encontra coisas parvas.

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    2. Para quem não souber,e quiser usar idêntica moeda, ao "minha senhora" corresponde um "meu caro senhor" (e vice-versa).

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    3. Tenho a leve sensação de que meti água. Há bocado coloquei um comentário neste post - o do asco em relação às modernices sugerindo a compra dum bom e velho mapa em papel - mas acho que estava com log in feito noutra conta e saiu com outra identificação. O comentário é meu, Zuricher, claro.

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    4. Isidro, não sei se percebeu que a pessoa não disse se era homem ou mulher.

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    5. Sim percebi, Rita. Apenas quis dar uma achega a quem se atrapalhe com o "minha senhora" cujo uso é bastante diversificado, cada um como seu tom.

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  2. Menina, deixe-se lá de modernices e invista em mapas decentes. Daqueles em papel que se dobram e redobram. Verá que chegará sempre sã e salva a todos os lados sabendo sempre em que estradas anda.

    GPS... Carros a andar sozinhos... Modernices... HUMPF!

    :-)

    Agora sobre as portagens. O que descreves é um problema comum em várias cidades e países tanto na Europa como nos EUA. Há portagens, há quem ache que não devia haver, quem ache que não devia, têm (ou atribuem-lhes...) certos efeitos de congestionamento sobre outras estradas, pretende-se usa-las para estes fins ou os outros, enfim, um monte de coisas. Há ainda (isto mais na Europa, menos nos US) países onde se usam as portagens como medida redutora de tráfego automovel a entrar nas cidades. All in all o que descreves acaba por ter muito de gente a ir ao cheiro e por intuição e pouco de estudo concreto sobre o assunto. Que, aliás, nem sequer é um tipo de estudo particularmente complexo ou com dificuldades particulares. É temática perfeitamente dominada hoje em dia. Aliás, o Texas DOT tem quadros, engenheiros de transportes, com formação e conhecimentos para coordenar estudos deste tipo.

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    1. Eu tenho um mapa muito detalhado de Houston, mas mesmo assim, quando vamos para áreas mais longe do centro da cidade é mais difícil encontrar mapas detalhados, até porque Houston teve um crescimento tremendo e os mapas ficam desactualizados rapidamente. E também tenho um atlas das estradas no carro.

      As estradas de Houston são realmente um problema e há muito má coordenação de serviços. No ano passado andaram a arranjar a Bissonet, ao pé da Kirby e o projecto foi financiado por uma non-profit -- a qualidade do arranjo foi, no entanto, medíocre. Agora estão a escavacar tudo para meter esgotos novos.

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    2. Eu disse meio a sério, meio a brincar.... Enfim, 2/3 a sério! :-)

      Nunca usei o GPS em nenhum carro e, sinceramente, não sou nada dado a essas coisas. Na realidade acabou por nunca me fazer falta.

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