terça-feira, 11 de outubro de 2016

Anat Admati na Bloomberg

O podcast da Bloomberg Surveillance do dia 7 de Outubro tem uma entrevista excelente de Anat Admati, professora de Finanças em Stanford e um dos autores de "The Banker's New Clothes". Na entrevista ela fala de Deutsche Bank, Wells Fargo, regulação bancária, o papel dos bancos, risco, etc. [Infelizmente, não consegui encontrar forma de colar o podcast neste post, logo têm de ir à Bloomberg para ouvir, ou procurar na app de podcasts do vosso smartphone].

Uma das coisas mais interessantes que mencionam no podcast e que eu desconhecia é a propósito de Josef Ackerman, o antigo CEO do Deutsche Bank entre 2002 e 2006, que declarou que 25% era o nível alvo de retorno (ROE) para o banco em 2005. Pensem bem neste número. Como é que um banco consegue emprestar dinheiro e gerar um retorno de 25% num período de baixa inflação? Tem de cobrar juros muito acima disso, para compensar as perdas potenciais e os custos de operação. E quem são as pessoas que se sujeitam a juros desse nível? Só quem não tem credibilidade para conseguir crédito barato, por exemplo, nos EUA essas pessoas são as que pedem avanços de salário, cartões de crédito que oferecem prémios, empréstimos subprime, etc.

Um retorno de 25% é extremamente arriscado e anormal e não há retornos anormais persistentes no mercado, a não ser que uma empresa tenha um monopólio ou outra qualquer falha de mercado que lhe dá vantagem, como assimetria de informação, violação de regulações, etc. É incrível como alguém com uma ideia destas consegue chegar a CEO de um banco.

1 comentário:

  1. Já nessa altura prometer 25% de ROE era uma loucura mas os accionistas foram na onda o que é ainda mais grave. Já agora e para poupar ir ver RE&C antigos, quais foram realmente os resultados do DB USA nessa altura?

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