terça-feira, 6 de junho de 2017

Ben Bernanke na Vox.com

Se tiverem um bocado, não percam a entrevista que Ben Bernanke deu, no mês passado, a Jim Tankersley a propósito da nova edição em capa mole do seu livro "The Courage to Act", que contém um posfácio do autor especialmente escrito para a ocasião.

"Over the course of a 75-minute interview, Bernanke pronounced the economy to be near full employment; worried about partisanship coloring confidence surveys; proclaimed slowdowns in productivity and economic mobility the great challenges of the era; assessed Trump’s tax and health care proposals; and riffed on the Laffer Curve and his newfound pleasure in blogging."

Fonte: Vox.com

6 comentários:

  1. Rita,
    Já vi por várias vezes escrito que os EUA estão em full-employment, pelo menos do ponto de vista estatístico. Contudo vejo outros artigos a dizer que os senior citizens estão a ocupar vagas de emprego que antigamente eram ocupadas por estudantes durante o seu período de férias e que os jovens millennials têm imensas dificuldades para conseguir suportar as dívidas dos seus empréstimos de estudantes pois não encontram empregos com salários que lhes permitam suportar essas dívidas. Por outro lado a vitória de Trump também é por vezes descrito como um voto de revolta da classe média que sente a sua qualidade de vida a degradar-se. Ou seja relatos que não se coadunam com os relatos "estatísticos" de full employment. Tenho curiosidade de saber o que sente alguém que vive nos EUA? O full employment realmente existe? Há dificuldade em contratar funcionários e empregados? Há uma grande disponibilidade de ofertas de emprego para quem pretende mudar de emprego? Ou a estatística não reflete a realidade?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A realidade é um bocado complexa porque o comportamento da geração mais jovem não reflecte muito bem as gerações anteriores, mas os baby boomers, que se estão a reformar, também têm um comportamento muito único. Conseguir emprego depende muito da zona onde se está e da disponibilidade da pessoa de mudar de sítio e de actividade. Por outro lado, há muitas pessoas que quando estão desempregadas não aparecem nas estatísticas, logo as estatísticas não reflectem inteiramente a realidade. Eu tenho antigos alunos que mudam de emprego muito frequentemente, mas também mudam de cidade. Tenho amigos na casa dos 40 que estão desempregados, mas também estão em maus sítios e recusam-se a mudar de sítio e nada pode ser feito para os ajudar, até porque facilmente desistem dos empregos que conseguem.

      Eliminar
    2. Obrigado pela resposta Rita.
      Outra curiosidade. Acha que do ponto de vista do emprego a evolução tem sido positiva nos EUA? Ou seja as pessoas hoje têm mais oportunidades e melhores do que nos anos anteriores? Ou o que aconteceu foi a substituição de postos de emprego mais estáveis e com mais benefícios por mais postos de emprego mas mais precários?

      Eliminar
    3. outra curiosidade. As pessoas que conhece que estão desempregadas vivem com que tipo de rendimento? Food stamps? Pergunto pois tinha a ideia os benefícios de desemprego e segurança social nos EUA que para um desempregado eram muito menos generosos que na europa? Ou afinal esse estereótipo europeu não é bem assim?

      Eliminar
    4. O ideal nos EUA é as pessoas pouparem quando têm emprego para que tenham o que gastar quando não têm emprego ou quando se reformam; os americanos acham que cada um deve ser responsável por si próprio. Nota que o seguro de desemprego nos EUA é pouco generoso porque os impostos cobrados também são muito baixos e, mesmo assim, metade dos americanos acha que paga impostos a mais. Os salários americanos são muito mais generosos do que os europeus, mas há sítios onde o nível de vida nos EUA também é muito alto. Há uma grande disparidade de níveis de vida nos EUA.

      Quando se é despedido sem justa causa, é normal a empresa pagar uma pequena indemnização e a pessoa receber o seguro de desemprego. Quem trabalha a horas, em vez de a salário por tempo inteiro, não tem direito a indemnização, mas pode receber o seguro de emprego, que é pago pelo estado.

      Eliminar
    5. "Os salários americanos são muito mais generosos do que os europeus, mas há sítios onde o nível de vida nos EUA também é muito alto"

      Imagino que estejas a pensar em Portugal.

      Eliminar

Não são permitidos comentários anónimos.